PUC São Paulo
Tecnologias da Inteligência e Design Digital
Conceitos Fundamentais e Práticas no Design e Estéticas Tecnológicas – CPDE
Prof. Lucia Leão
LAURENTIZ, Silvia. Arte do Game ou Game de Arte?. Enciclopédia de arte e cultura itau cultural. 2008
Silvia Laurentiz é Designer Gráfica e Multimídia e Pesquisadora em Artes, doutora do programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP. Está associada ao Laboratório de Linguagem Visual da PUC, onde vem pesquisando uma abordagem semiótica para a Linguagem Visual através das novas tecnologias. Seu foco de interesse são imagens animadas. Ela possue graduação em Artes e Mestrado em Multimeios no Instituto de Artes - departamento de Multimeios- da Universidade de Campinas (UNICAMP), Brasil.
“Game art”, de Silvia Laurentiz, toca em um assunto que sempre chama a atenção dos desenvolvedores que é a “arte do game ou game de arte”. O questionamento inicial da autora explica a estética como produto ou como característica: “estaremos tratando a estética do game ou do game como gerador estético?”. Em seguida, ela demonstra a influência dos jogos em nossa cultura e arte contemporânea na passagem “não há como negar a estrutura pervasiva dos games”.
Para iniciar a discussão, a autora coloca vários pontos de vista; alguns opostos, outros complementares, relacionando-os com a cultura atual de edição dos jogos. Mostra opiniões amplas que colocam o game art no meio do conceito de interatividade, mídia, arte e videogames e também a dissolução do conceito “Podemos pensar também no intercruzamento destas duas propostas, onde perceberemos experimentações poéticas mesmo (e apesar de) em games comerciais da indústria de entretenimento”. Para finalizar a idéia, a autora problematiza ainda mais mostrando o cruzamento das mídias Game versus Cinema e a influência das indústrias uma com a outra.
Em uma segunda parte, a autora levanta a questão “Afinal, o que é um videogame?”. Aqui ela também faz comparações de pontos de vista diferentes, mostrando também alguma coerência entre as diferentes idéias.
Também faz uma relação entre videogame, jogos eletrônicos e “apenas games”, e relaciona o game art com os diferentes tipos de plataformas de hardware e software usadas, definindo-o como uma conexão entre as mídias e padrões tecnológicos.
Em seguida, usa diversos trabalhos que seguem a mesma linha de raciocínio criando game art que misturam mídias e padrões tecnológicos, apresentados em feiras nacionais e internacionais.
Segundo Laurentiz, há uma relação entre cultura brasileira e game art, e ela mostra um erro considerar qualquer jogo sobre cultura brasileira um game art: “Há uma equivocada idéia de que se o game estiver tratando de temas da cultura brasileira, ele já é, em si, considerado arte”. E, aqui, ela também coloca exemplos de games brasileiros inspirados na cultura do País.
Para finalizar, a autora sugere mais um ponto de vista que reivindica uma categoria nova de game que não meramente entretenimento: “o prazer da imersão e interação (tão discutido por Janet Murray) não justificariam também o status de arte?”.